HOMENAGEM PÓSTUMA À NICOLE
Pela segunda vez neste ano o
Conservatório está de luto. Em julho de 2012 perdíamos a nossa querida amiga,
diretora, professora e mãe: Dalva Resende. Hoje, a menina que virou Estrela. Ela está ligada ao Conservatório de forma indireta, por sua mãe, Angélica Vettori, ter
sido nossa colega por tantos anos e por
permanecer para sempre sendo nossa amada amiga. Sinto-me impotente, prostrado
pela maior desordem que conheço no mundo: o ato antinatural de pais verem a morte
de um filho. Nada podendo eu contra este sentimento que me aniquila, chamo em
meu auxílio um poeta, o qual tenho certeza me perdoaria a troca de gênero que
faço no seu poema, se pudesse saber meus motivos:
“Acalanto
Para
as mães que perderam 'a sua menina'
Dorme, dorme , dorme . . .
Quem te alisa a testa
não é Malatesta,
Nem Pantagruel
--O poeta enorme.
Quem te alisa a testa
È 'aquela' que vive
Sempre adolescente
Nos oásis mais frescos
De tua lembrança.
Dorme, 'ela' te nina.
Te nina, te conta
-Sabes como é -,
Te conta a experiência
Do vário passado,
Das várias idades.
Te oferece a aurora
Do primeiro riso.
Te oferece o esmalte
Do primeiro dente.
A dor passará,
Como antigamente
Quando 'ela' chegava.
Dorme . . . 'Ela' te nina
Como se hoje fosse
A sua menina”.
Quem te alisa a testa
não é Malatesta,
Nem Pantagruel
--O poeta enorme.
Quem te alisa a testa
È 'aquela' que vive
Sempre adolescente
Nos oásis mais frescos
De tua lembrança.
Dorme, 'ela' te nina.
Te nina, te conta
-Sabes como é -,
Te conta a experiência
Do vário passado,
Das várias idades.
Te oferece a aurora
Do primeiro riso.
Te oferece o esmalte
Do primeiro dente.
A dor passará,
Como antigamente
Quando 'ela' chegava.
Dorme . . . 'Ela' te nina
Como se hoje fosse
A sua menina”.
Manuel Bandeira
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