Joaquim Pinheiro (1930-2012) - Morre aos 82 mestre da luteria
Ele era, nas palavras do violonista Turíbio Santos, "um poeta da luteria", um artesão que dedicou tempo, dinheiro e intelecto à arte de construir e divulgar relíquias renascentistas e medievais como alaúdes, violas da gamba e violinos barrocos.
Um dos mais renomados fabricantes de instrumentos musicais antigos do país, o luthier carioca Joaquim Pinheiro, 82, morreu na última quinta-feira (13), no Rio, vítima de insuficiência renal. Ele estava internado no hospital Copa D'Or, em Copacabana.
Dono de uma fábrica tradicional no bairro de Paciência, na zona oeste do Rio, ele é apontado como precursor da luteria de instrumentos antigos no Brasil.
"Ele investiu muito dinheiro na sua formação, na compra de equipamentos e de madeiras. Acabou se tornando o primeiro luthier brasileiro importante na área de instrumentos antigos de corda", disse o doutor em música Nicolas Barros, professor da UniRio e amigo de Pinheiro.
Formado em matemática pela UFRJ, Pinheiro foi diretor da Companhia Telefônica Brasileira antes de se dedicar à música antiga.
Foi apenas em 1976, aos 46 anos, que começou a participar de seminários na Europa e nos EUA, nos quais aprendeu a construir instrumentos musicais de corda.
Encarava a profissão de luthier como algo acadêmico. "Não é um ofício, é uma coisa artística e envolvida com tecnologia", disse no documentário "O Som que Vem de Paciência", sobre sua fábrica.
Pinheiro, que era casado e tinha uma filha e dois netos, foi enterrado no cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul do Rio).
Joaquim Pinheiro - Notas Biográficas |
Joaquim Pinheiro é luthier de instrumentos de época como alaúdes, violas da gamba, violinos barrocos e relíquias renascentistas e medievais. Brasileiro, bacharel em matemática, iniciou seus estudos de música por volta de 1958, estudando percepção musical com Edino Krieger e violão com Oswaldo Soares. Teve seu primeiro contato com música antiga na década de 70, quando estudou viola da gamba com Mirna Herzog. Em 1976 fez sua iniciação em luteria com Guido Pascoli na oficina da Funarte (Palácio do Catete). No mesmo ano, filiou-se à Lute Society of America (Sociedade Alaudística dos EUA) e participou de um seminário de luteria com o americano Lyn Elder, especializando-se na construção de alaúdes. Com o apoio deste luthier construiu seus primeiros alaúdes. Em 1977 estabeleceu uma oficina na ilha de Paquetá na Baía de Guanabara (Praia dos Coqueiros), onde permaneceu por cinco anos. Começam a aumentar suas vendas nesta época, e também surgem aprendizes, o principal dos quais, Jorge Vieira, atual mestre da oficina. Entre 1977-1999 continuou viajando para os EUA, tendo muito contato com o mestre Lyn Elder, a conselho de quem passou a construir também violas da gamba, guitarras barrocas, vielles e saltérios. A oficina em Paquetá torna-se pequena, quando então muda-se para instalações bem maiores em Jacaré (zona norte do Rio de Janeiro). Ali, entre 1982 e 1985, trabalham quatro luthiers, dois aprendizes e um marceneiro. Finalmente, vem a mudança definitiva (1986) para o local atual em Santa Cruz (zona oeste do Rio de Janeiro) com espaço coberto de 600m2. Lá mantém completíssimo equipamento para construção de instrumentos e grande estoque de madeiras, algumas das quais escolhidas em viagens através do país para pesquisar espécies nativas. A partir desta época passa a ter contatos frequentes com o luthier austríaco Richard Jenner, professor da Escola Superior de Luteria e Marcenaria de Halstatt (Áustria), fundada no século XIX pelo imperador Francisco José. Com este mestre aprende o processo empregado na afinação eletrônica de tampos harmônicos, consegue grande variedade de plantas, passando desde então a construir alaúdes barrocos, teorbas e arquialaúdes. Uma assistente de Jenner, Simone Zopf, vem ao Brasil especialmente para trabalhar com Joaquim Pinheiro passando-lhe a técnica de construção de tampos harmônicos de violas da gamba com sete ripas, conforme se usava na renascença inglesa. Mais de quarenta diferentes tipos de instrumentos musicais foram construídos por Joaquim Pinheiro, entre os quais alaúdes, arquialaúdes, teorbas, violas da gamba, guitarras barrocas, guitarras renascentistas e românticas, saltérios, harpas, violas d'amore, citoles, giternes, violinos barrocos, violões, etc ... Vários alaudistas e grupos de renome têm instrumentos de Joaquim Pinheiro. Alguns deles são Vincent du Mestre (Paris), Marco Horvat (Paris), Nicolas de Souza Barros (Rio de Janeiro), Rogério Budasz (Curitiba), e os grupos Quadro Cervantes (Rio de Janeiro), Continens Paradisi (Itália), Lucidarium (Itália) e Syntagma (França). |
O império de Barenboim: um maestro pela paz
Enquanto o Oriente Médio experimenta
uma trégua entre Israel e os extremistas do Hamas, o pianista e regente Daniel
Barenboim continua sua incansável busca pela integração de judeus, árabes e
palestinos. Ao completar 70 anos no mês passado, ele anunciou a criação, em
Berlim, de uma academia para a formação de jovens músicos daquela região.
Trata-se de mais uma empreitada de
Barenboim, nomeado embaixador da paz pela ONU, premiado e condecorado pelos
projetos musicais que toca em Israel, nos territórios palestinos e na Europa.
A revista "Spiegel" chama de
"império Barenboim" seu conjunto de escolas, orquestras e fundações.
Nascido na Argentina, Barenboim
adquiriu as cidadanias espanhola, israelense e palestina. É tido como o único
israelense no mundo com a nacionalidade palestina.
Para a nova academia, o dirigente
recebeu da Alemanha, sua pátria adotiva, 20 milhões de euros (R$ 54 milhões).
Outros oito milhões podem vir de doações particulares.
A partir de 2015, cerca de 60 bolsistas
terão ali aulas de música, história e filosofia. Depois de formados, devem
integrar a Orquestra Divã Ocidental-Oriental, criada pelo maestro há mais de
dez anos, com sede em Sevilha.
A imprensa alemã aclamou a iniciativa.
Só algumas instituições de Berlim torceram o nariz, como os teatros, que penam
com a falta de verba que impera na cidade. Veja Daniel Barenboim regendo a
Orquestra Divã Ocidental-Oriental em bit.ly/dbarenboim
|
||
O presidente francês Nicolas Sarkozy (dir.) entrega insignia da Ordem
da Legião da Honta ao músico Daniel Barenboim (esq.)
|
SOCIEDADE FECHADA
Este é o título da primeira grande
retrospectiva de fotografia da socialista Alemanha Oriental, que acontece até o
final de janeiro na Berlinische Galerie. São cerca de 250 trabalhos de mais de
30 fotógrafos, produzidos entre 1949 e 1989.
A ideia dos curadores não era apenas
trazer imagens do já conhecido cotidiano na Alemanha Oriental, mas destacar a
fotografia como meio de expressão artística.
A primeira parte da exposição até se
dedica à fotografia engajada e realista. Mas no material exposto sobressaem não
só a crítica social como também o aspecto plástico.
Ali estão, entre outros, os retratos
femininos de Evelyn Richter, as famílias fotografadas por Christian Borchert e
paisagens insólitas de uma Berlim desabitada, pelo fotógrafo e urbanista Ulrich
Wüst.
Em seguida, veem-se as fotos mais
subjetivas e experimentais, como a Berlim sombria de Peter Oehlmann e os
retratos coloridos a mão de Florian Merkel.
Um filme traz depoimento de Arno Fischer (1927-2011), talvez o mais famoso do
grupo, sobre a vida de fotógrafo na Alemanha Oriental. Proibidos de exporem, os
artistas visitavam-se para trocar ideias e mostrar seus trabalhos.
A MEDIDA DO MUNDO
Foram contidos os elogios da crítica ao
filme "A Medida do Mundo", que acaba de estrear na Alemanha. Baseado
no livro de Daniel Kehlmann, o filme apresenta uma biografia romanceada de dois
gênios do século 19: Alexander von Humboldt (1769-1859), pai da geografia
empírica, e Carl Friedrich Gauss (1777-1855), um dos fundadores da estatística
moderna e da geometria não euclidiana.
Dirigido pelo ator e cineasta Detlev
Buck, o filme é bem humorado e traz uma bela fotografia. Mas não reproduz a
linguagem requintada da obra de Kehlmann, apesar de o escritor também assinar o
roteiro.
Um dos raros best-sellers saídos daqui,
o livro vendeu mais de dois milhões de exemplares só em alemão. Foi traduzido
para 40 línguas --inclusive o português, pela Companhia das Letras (2007).
FECHAMENTO
No final do mês passado foram
anunciados o fim do jornal "Financial Times Deutschland" e a falência
do tradicional "Frankfurter Rundschau" --dois órgãos importantes da
imprensa séria do país.
Nos seus 13 anos de existência, o
"FTD" nunca deu lucro. Com uma tiragem de 100 mil, fechará as portas
ainda no começo deste mês.
Já o liberal de esquerda
"FR", hoje com 118 mil exemplares diários, vinha mal das pernas mesmo
antes de ingressar na era da internet. Algumas reformas até tentaram, em vão,
recuperar a perda de assinantes e anunciantes. Como a de 2007, quando adotou o
formato tabloide, pelo qual chegou a ser premiado. Agora, o jornal inicia uma
campanha por novos investidores.
Ligado ao partido social-democrata SPD,
o "FR" foi o segundo jornal criado na Alemanha depois da 2ª Guerra,
em agosto de 1945. Lançou nomes importantes da crítica alemã, como Wolfram
Schütte, e ousou em algumas edições, como a de 28 de agosto de 1999,
inteiramente voltada aos 250 anos do nascimento de Goethe.
SILVIA
BITTENCOURT
O cérebro prefere música clássica
Dizer “esta música é muito boa” ou “nossa! Que música horrível” é muito comum. Todos têm seus gostos particulares e rejeitam artistas e bandas que fogem das preferências pessoais. Mas, uma pesquisa publicada no periódico científico BMC Research Notes revela que talvez haja um padrão. Segundo o artigo, as pessoas tendem a gostar das músicas que soam “complexas” aos ouvidos, mas que são “decifráveis e armazenadas” pelo cérebro, como as composições eruditas.
O autor do estudo, Nicholas Hudson, biólogo da Australian Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization, disse que o cérebro comprime a informação musical como um software de computador faz com um arquivo de áudio: ele identifica padrões e remove dados desnecessários ou redundantes. A música clássica, por exemplo, pode parecer complexa para quem ouve, mas o cérebro consegue encontrar padrões para o trabalho de compressão. Pouca coisa é descartada. Hudson usou programas de compressão de músicas para imitar como o cérebro age e usou músicas que já haviam sido analisadas em um estudo de 2009 que mediu como 26 voluntários curtiam músicas de diferentes gêneros musicais como clássico, jazz, pop, folk, eletrônica, rock, punk, techno e tango.
Entre as músicas que o biólogo escolheu, “I should be so Lucky” da Kylie Minogue foi comprimida a 69,5% de seu tamanho original; “White Wedding” do Billy Idol foi diminuída a 68,5%; e a Terceira Sinfonia do Beethoven foi reduzida a 40,6% do seu tamanho inicial. O cérebro, como o software encontraram mais padrões na música do compositor alemão. Com as outras músicas, ele teve pouco trabalho de compressão, pois o resto foi “jogado fora”. Fazendo uma comparação, as músicas mais “comprimíveis” foram aquelas escolhidas como as mais agradáveis no estudo de 2009.
Mas, porque nosso cérebro gosta mais das músicas que o fazem trabalhar mais para comprimi-las? “É da nossa natureza sentir mais satisfação ao atingir uma meta quando a tarefa é mais difícil. As coisas fáceis trazem um prazer superficial. As músicas mais simples, com poucos padrões de compressão, rapidamente ficam irritantes e deixam de ser estimulantes”, disse Hudson. Esta é uma explicação para aquela sensação de enjoar rapidamente de uma música. O teste também incluía barulhos aleatórios que só puderam ser comprimidos a 86%. O resultado foi que estes sons causaram indiferença e tédio nas pessoas.
Já foi dito que música clássica ajuda a memória, ajuda o foco nos estudos e pode até deixar as pessoas mais inteligentes. Este é mais um estudo que comprova a qualidade da música clássica, mas, como diz o ditado: gosto não se discute.
21 de junho de 2012
A crise da música clássica, por Greg Sandow
Há anos o famoso crítico e compositor americano Greg Sandow escreve em seu blog sobre a relação da música clássica com a nossa cultura atual e o que ele identifica convictamente como uma crise. Mas que crise? A crise da música clássica, ora.
Crise
Fora coisas práticas como queda na venda de ingressos, dificuldade de apoio financeiro e envelhecimento do público (especialmente se olharmos para a sequência das últimas décadas), há aquele distanciamento da música clássica da vida das pessoas em geral, algo quase incompreensível se compararmos o caso com outras artes, como a literatura, as artes plásticas e o cinema. Pois com a música, é como se mesmo o valor mais eminente que ninguém nega da sua tradição clássica estivesse sujeito a uma visão positivista de algo ultrapassado, que já não tem como nos tocar da mesma maneira depois de Elvis ou os Beatles. Em suma, viraram peças de museu, o que às vezes se vê mesmo na apreciação de quem gosta dela. E quanto a compositores contemporâneos? Poucos sequer suspeitam que eles existem, e muitos os acusam de terem se aburguesado e estragado tudo…
Sandow acompanha esses problemas e as iniciativas do mundo clássico em resposta a essa crise, especialmente formatos mais modernos de concertos e atividades que se propõem a envolver novos públicos. Mas ele também reflete sobre o discurso dos apologetas da música clássica (aquele discurso que em algum momento nós também nos importamos em assumir), tantas vezes recheado de vícios de ataque à cultura popular ou de justificativas pragmáticas que não tocam no valor da arte em si. Dessa perspectiva, Sandow tem oferecido um testemunho atento às mudanças da nossa própria cultura e de como a música clássica se comporta dentro dela – e, pensando em seu futuro, de como terá que se comportar se quiser sobreviver.
Livro
Paralelamente aos posts do blog, Sandow está preparando um livro chamado Rebirth: The Future of Classical Music, que há anos também compartilha com os leitores em suas versões parciais. Recentemente, enfim, trechos apresentados de uma versão final e revisada foram compartilhados, e o autor já começa a escrever alguns posts preparando o território para a discussão mais abrangente que pretende lançar com o livro (ao mesmo tempo em que também prepara sua atuação direta como consultor de instituições nos Estados Unidos, função que ele já vinha praticando nas últimas décadas).
Como eu julgo que acompanhar essa discussão é central não apenas para os Estados Unidos, mas ainda mais para o Brasil (e a sempre bem-vinda participação de nossos amigos lusófonos), trago essa introdução do Sandow, feita em uma série de breves posts recentes, em tradução para Euterpe (autorizada pelo autor). E espero trazer para os leitores a discussão desse conteúdo tão atual, que nos faz pensar em coisas que talvez nos assustem, caso simplesmente nunca tenhamos dado importância ao tamanho descompasso entre a música clássica e a cultura atual e no preço de se pensar em como adequá-las.
1. Um tempo selvagem, em 12 de junho de 2012
2. A grande mudança, em 14 de junho de 2012
3. Por que o público vence a apologia, sempre, em 15 de junho de 2012
4. Construindo um público jovem (primeiro post), em 19 de junho de 2012
5. Construindo um público jovem (segunda parte), em 24 de junho de 2012
6.
2. A grande mudança, em 14 de junho de 2012
3. Por que o público vence a apologia, sempre, em 15 de junho de 2012
4. Construindo um público jovem (primeiro post), em 19 de junho de 2012
5. Construindo um público jovem (segunda parte), em 24 de junho de 2012
6.
CONTINUE LENDO... http://euterpe.blog.br/historia-da-musica/a-crise-da-musica-classica-por-greg-sandow
25 de maio de 2012
Crítica da cultura de massa ou da cultura da performance?
André Rieu (Divulgação)
Neste mês os críticos de música ganharam uma catártica oportunidade de fazerem justiça com as próprias mãos: o violinista e maestro pop star André Rieu anunciou uma série de shows no Brasil. E mais: os três shows inicialmente agendados para o Ginásio do Ibirapuera em São Paulo aumentaram para dezoito desde a procura massiva por ingressos (que vão de R$140,00 pra cima). Nesse meio tempo sobrou paulada para exorcizar os demônios desse fruto espúrio do show biz, que empresta trechos do repertório clássico em arranjos glamourosos para um espetáculo de gala de grande produção visual e coreográfica, etc., como muitos conhecem. Leonardo Martinelli para a Revista Concerto, por exemplo, cura um câncer na comunidade musical ao expor o poder descaracterizador do abuso de estereótipos musicais e teatrais de André Rieu, a mediocridade de reduzir músicas clássicas e populares a um mesmo arranjo “paquidérmico” que esmaga uma riqueza estilística, e a agridoce ilusão de quem justifica abordagens levianas da música clássica como uma verossímil porta de entrada para um amadurecimento a longo prazo do ouvinte.
Um passo adiante
Mas terça-feira meu quase xará Leandro Oliveira deu um surpreendente passo adiante nesta discussão escrevendo para o blog da Dicta&Contradicta. Ele identifica muito corretamente uma oposição que ganha tons salvíficos tanto na crítica do Martinelli como de outros: a de fazer o claro serviço de separar a grande arte da cultura de massa. Ou seja, André Rieu é um entertainer, e o ouvinte – ouvindo-o ou não, gostando dele ou não – que jamais se deixe confundir entre a derivativa cultura de massa e a verdadeira grande arte.
Essa distinção da crítica mostra tocar em um sério nervo ideológico. Pois além de se criticar um entertainer como André Rieu por seus clichês e apelos baratos, não se costuma eximi-lo de uma condenação final: André Rieu é uma aviltação ao patrimônio da música dos grandes compositores – é uma ofensa à grande arte.
E é aqui que o Leandro pergunta: será que essa separação entre grande arte e cultura de massa é suficiente para essa condenação doentertainer? O pianista sensacionalista Lang Lang, por exemplo, é plenamente aceito dentro das próprias cercas da grande arte – com contratos com grandes gravadoras especializadas, títulos acadêmicos honoris causa, masterclasses, convites de honra de sociedades culturais, etc. –, mas ele próprio, segundo o Leandro, também não passa de um entertainer, com as devidas proporções, como o André Rieu! Ou seja: o critério de separação entre grande arte e cultura de massa não é capaz de explicar os sucessos vulgares presentes tanto na grande arte como na cultura de massa, então como será capaz de condená-los com base apenas nessa separação? Por isso, ao invés dessa separação, outro critério parece mais óbvio: o da cultura da performance.
Continue lendo...