Estamos todos de luto. Faleceu nesta tarde (15/07/2012), Dalva Resende, nossa querida amiga, professora, e diretora do CEMVA durante aproximadamente 10 anos. Nós que tivemos o privilégio de conhecê-la de perto, e por tantos anos, sabemos que Dalva foi uma destas pessoas raras. Destas que se quisermos vasculhar a memória para achar alguma coisa negativa, alguma atitude reprovável em sua conduta, sabemos que é trabalho em vão. E ainda bem que o é. Nem todos podem sair da vida desta forma: causando tristeza geral. Verdade é que já estava doente havia uns poucos anos, e por isso a sua morte não causa o desespero da morte inesperada, mas sim uma sensação de alguém que repousa após uma dura batalha. Todos nós do Conservatório queremos através deste texto abraçar os familiares da nossa amada Dalvinha, e abraçar-nos uns aos outros, pois muitos de nós fomos um pouco filhos adotados por ela, tanto em tudo que nos ensinou de música, quanto no muito que nos ensinou da vida. Mas não dando lições orais e sim exemplos. Exemplos de como ser educada, de como respeitar a todos, de maneiras de se “dar um jeitinho”, para que um professor não saísse nunca prejudicado. Exemplo de como ralhar quando necessário, mas com um sorriso nos lábios e nos olhos que mostrava um amor e uma amizade maior que qualquer advertência que pudesse nos fazer como alunos, como professores ou como amigos.
Não pedi licença a nenhum de meus colegas do Conservatório, nem aos familiares de Dalva para escrever e publicar estas palavras. Mas penso que todos que a conheceram bem, compartilham delas. Os mais novos entre nós no CEMVA, podem ler e conhecer um pouco desta mulher que foi tão importante para nossa escola desde a sua fundação. E tão importante para a cultura musical de nossa cidade muito antes de existir o Conservatório.
Se eu fosse contar as inúmeras histórias que vivi, ou que nós vivemos ao lado da nossa querida Dalva Resende, não acabaria mais. Falta dizer muita coisa e esta pequena homenagem à memória de nossa mãe, professora e amiga já nasce fadada a ser incompleta, e porque incompleta, é injusta. Mas quero terminar lembrando algo que nem precisaria se lembrar, mas que penso ser bom ressaltar. Dalva teve sempre participação ativa na Igreja como musicista, devota e colaboradora com a fé que abraçou durante toda sua vida: a fé católica. Por isso penso também que ela tinha a data da partida marcada para sete dias atrás, no mesmo vôo e na cadeira ao lado do Cardeal e Arcebispo emérito, Dom Eugênio Sales. Mas... Ela se atrasou.
Flavio Caldonazzo
Um comentário:
Há dois anos atrás, exatamente no dia 16/07/2010, encontrava-me aqui de luto. Falecia a minha amada mãe Terezinha. Pensei que não sentiria nesta existência tamanha dor novamente. Porém, aqui estou agora, sentindo a mesma dor ao saber da "passagem" desta professora, amiga e também "mãe de alma", minha querida Tia Dalva. A dor é realmente imensa! Não conseguiria aqui descrever todas as lembranças que tenho... e impossível também seria descrever em palavras todo o meu carinho e toda a minha gratidão. Portanto, nada me resta a fazer a não ser lhe dizer, Dalvinha, do fundo do meu coração, o meu mais sincero MUITO OBRIGADO!!! Que privilégio o meu ter cruzado o seu caminho!!! Você, minha eterna amiga, me ensinou muito mais do que simplesmente "tocar piano". Através de suas atitudes, do seu olhar, dos seus gestos, fui aprendendo a "tocar o humano". Minha querida, olhe por todos nós aí de cima... porque, tenho certeza, em breve estaremos todos juntos novamente. Com você vai também o meu amor eterno... e as melhores lembranças da minha existência. Que Deus a receba de braços bem abertos!
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