A
Lembro-me no inicio do ano de 1995 quando na ocasião tive oportunidade de aperfeiçoar meus estudos e conhecimentos na música, principalmente em Teoria Musical. Na época fui estudar na Ordem dos Músicos do Brasil em Belo Horizonte. Chegando lá um Maestro que atendeu-me perguntou se eu sabia executar o Hino Nacional Brasileiro, respondi que Não. Logo em seguida argumentou: depois que você aprender a executar o Hino Nacional Brasileiro no seu instrumento (Saxofone) você já terá conseguido um grande avanço na aprendizagem da música! Pensei comigo: “será que aqui vou aprender tocar somente o Hino Nacional Brasileiro”? Pois bem, depois de algumas orientações do Maestro solicitou-me que na próxima aula eu já deveria providenciar o livro “Teoria Elementar da Música” de Osvaldo Lacerda, seriam dois livros um de teoria e outro somente de exercícios como também um caderno de música (possuo-os até hoje).
Iniciei
as aulas com vários Professores da UFMG
e após alguns meses de estudos de teoria musical e outros exercícios como:
Solfejo, ditado melódico e rítmico entre outros entendi o que o Maestro quis
que dizer com suas palavras: no Hino
Nacional Brasileiro está agregado quase todas as nuances e aspectos
importantes na aprendizagem da música como: apogiaturas, quiálteras, acordes de
dominantes, expressões, andamentos, instrumentos transpositores e suas famílias,
aproximação cromática e muito mais! Particularmente entendo que nele está adicionado
toda aprendizagem da música que evidenciamos nas salas de aulas, é uma das
composições mais bem elaboradas e mais belas que conheço, já tive oportunidade
de executar em várias e diferentes comemorações e eventos.
Depois de inúmeras pesquisas, a partir
de agora irei disponibilizar muitas indicações sobre o Hino Nacional Brasileiro através das informações históricas,
curiosidades, partituras, teoria, e tudo o que for necessário para que os
leitores apreciam e bem, parte do processo de aprender/ensinar proporcionando
possibilidade a todos os interessados. Vamos tentar primeiramente possuir a
ideia que esta música é o nosso hino maior. Quem sabe, essa primeira iniciativa
se “alastre” e surgem outras inovadoras!
A HISTÓRIA
O autor da música é Francisco Manuel da Silva (1795-1865) e da letra, Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927).
Observando as datas, concluímos facilmente que o poema nasceu cinco anos após a
morte do músico. Portanto, eles nem sequer puderam ser apresentados um ao
outro. Isso nos leva a pesquisar a interessante história do hino, mas vamos
fazê-lo de maneira prática e resumida. Escrito talvez, em 1822 ou 1823. Alguns
suspeitam de 1831. As primeiras
datas, embora controvérsias existam, são as mais prováveis devido à comemoração
da Independência. A composição foi feita
sobre os versos
de
Um desembargador piauiense chamado Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva.
Letra considerada ruim, foi feita por ocasião da abdicação de D. Pedro I, em 7 de abril de 1831, para festejar a partida da família para
Portugal.
A
letra era uma critica aos portugueses e o hino ficou conhecido como o Hino Sete de Abril. (Aí surge o nó na
cabeça dos historiadores, pois alguns supõem que tenha sido a música composta
sem a letra por volta de 1822 e adaptada à primeira letra em 1831.
A
segunda letra anônima, pior que a primeira, foi uma adaptação para bajular o
novo imperador e comemorar a sua coroação , em 1841.
À ocasião da Proclamação da República,
muitos queriam apagar as lembranças do velho regime e abriram um concurso para
o novo Hino Nacional no dia 20 de
Janeiro, para descartar o hino feito por Francisco Manuel da Silva.
Em 4
de Janeiro de 1890, Oscar
Guanabarino escreve um artigo em defesa do hino de Francisco Manuel e pede a
Deodoro da Fonseca, o que gerou a simpatia de muita gente do governo
provisório, para manter o hino como o Nacional Brasileiro, como sempre foi,
segundo a opinião do povo.
Em
20 de Janeiro de 1890, data do concurso que iria escolher o novo hino, já
haviam decidido não anular o concurso, mas realiza-lo de forma que a escolha
fosse para o Hino da Programação da
República. O vencedor foi o hino de Leopoldo
Miguez com a letra de Medeiros de
Albuquerque. No mesmo dia, Deodoro
da Fonseca assina a oficialização dos dois hinos: O Hino Nacional Brasileiro e o Hino
da Proclamação da República.
Em 1906,
houve uma proposta na tribuna da Câmara dos Deputados da realização do poema
definitivo para o Hino Nacional.
Em 1908,
Dr. Augusto Tavares de Lira, o Ministro da Justiça, nomeou uma comissão para
rever o Hino. Assim,
a comissão abriu um concurso de poemas e deu o prêmio à letra de
Osório
Duque Estrada.
Em 1916,
o poema introduziu modificações no poema que dizia: “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas. Da independência o brado
retumbante...”
Em 21
de agosto de 1922, o Decreto nº 4.559
autoriza o Poder Executivo a adquirir a propriedade dos versos.
Em 6
de setembro de 1922, a um dia da comemoração do centenário da
Independência, era a letra oficializada pelo Decreto nº 15.671.
Em 23
de junho de 1936, foi apresentado um projeto de lei que tornava obrigatório
o canto do Hino Nacional em todas as escolas primárias e nos estabelecimentos
de ensino normal.
No dia 1º de outubro de 1936, vem a promulgação do Decreto nº 259,
confirmando a obrigatoriedade do ensino do hino, e consagra a orquestração de Leopoldo Miguez, a instrumentação para
bandas de Antonio Pinto Junior, no tom de Bb
(Si bemol Maior), e a partitura de Alberto Nepomuceno no tom de F (Fá Maior).
Bem, espero ter compartilhado de forma
agradável e simples essas novas informações tão antigas e tão distantes do
conhecimento comum. Quero ressaltar que todos esses compositores mencionados
foram e são importantes como um Mozart,
um Beethoven, e tão esquecidos por
nossas orquestras. Nosso principal e maior compositor, Carlos Gomes, é muito pouco ouvido nas rádios, TVs, nas redes sociais e em concertos.
No próximo mês daremos continuidade a este trabalho enfatizando as leis e as formalidades que regulamentam a execução do Hino.
Até lá...
Marcos Bichara é professor no Conservatório de Música "Maestro Marciliano Braga" em Varginha. atualmente ministrando as disciplinas de Percepção, Musicalização, Teclado, Informática/Tecnologia na Música. Ministra aulas particulares de Teclado e Saxofone. Trabalha em vários eventos socio-culturais em Varginha e região. Proprietário do web site www.artdamusica.blogspot.com.br .
No próximo mês daremos continuidade a este trabalho enfatizando as leis e as formalidades que regulamentam a execução do Hino.
Até lá...
Marcos Bichara é professor no Conservatório de Música "Maestro Marciliano Braga" em Varginha. atualmente ministrando as disciplinas de Percepção, Musicalização, Teclado, Informática/Tecnologia na Música. Ministra aulas particulares de Teclado e Saxofone. Trabalha em vários eventos socio-culturais em Varginha e região. Proprietário do web site www.artdamusica.blogspot.com.br .