segunda-feira, 25 de junho de 2018

COMUNICADO

RECESSO

Atendendo as recomendações da Justiça Eleitoral e a legislação brasileira, este blog entra em recessosuspendendo suas publicações de 25/06/2018 a 27/10/2018.

Atenciosamente,
Blog do CEMVA
http://conservatoriodevarginha.blogspot.com/

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Hino Nacional Brasileiro

A       
      RECORDAÇÃO
        
      Lembro-me no inicio do ano de 1995 quando na ocasião tive oportunidade de aperfeiçoar meus estudos e conhecimentos na música, principalmente em Teoria Musical.  Na época fui estudar na Ordem dos Músicos do Brasil em Belo Horizonte. Chegando lá um Maestro que  atendeu-me perguntou se eu sabia executar o Hino Nacional Brasileiro, respondi que Não. Logo em seguida argumentou: depois que você aprender a executar o Hino Nacional Brasileiro no seu instrumento (Saxofone) você já terá conseguido um grande avanço na aprendizagem da música! Pensei comigo: “será que aqui vou aprender tocar somente o Hino Nacional Brasileiro”? Pois bem, depois de algumas orientações do Maestro solicitou-me que na próxima aula eu já deveria providenciar o livro “Teoria Elementar da Música” de Osvaldo Lacerda, seriam dois livros um de teoria e outro somente de exercícios como também um caderno de música (possuo-os até hoje).
Iniciei as aulas com vários Professores da UFMG e após alguns meses de estudos de teoria musical e outros exercícios como: Solfejo, ditado melódico e rítmico entre outros entendi o que o Maestro quis que dizer com suas palavras: no Hino Nacional Brasileiro está agregado quase todas as nuances e aspectos importantes na aprendizagem da música como: apogiaturas, quiálteras, acordes de dominantes, expressões, andamentos, instrumentos transpositores e suas famílias, aproximação cromática e muito mais! Particularmente entendo que nele está adicionado toda aprendizagem da música que evidenciamos nas salas de aulas, é uma das composições mais bem elaboradas e mais belas que conheço, já tive oportunidade de executar em várias e diferentes comemorações e eventos.
       Depois de inúmeras pesquisas, a partir de agora irei disponibilizar muitas indicações sobre o Hino Nacional Brasileiro através das informações históricas, curiosidades, partituras, teoria, e tudo o que for necessário para que os leitores apreciam e bem, parte do processo de aprender/ensinar proporcionando possibilidade a todos os interessados. Vamos tentar primeiramente possuir a ideia que esta música é o nosso hino maior. Quem sabe, essa primeira iniciativa se “alastre” e surgem outras inovadoras!

A HISTÓRIA

      O autor da música é Francisco Manuel da Silva (1795-1865) e da letra, Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927). Observando as datas, concluímos facilmente que o poema nasceu cinco anos após a morte do músico. Portanto, eles nem sequer puderam ser apresentados um ao outro. Isso nos leva a pesquisar a interessante história do hino, mas vamos fazê-lo de maneira prática e resumida. Escrito talvez, em 1822 ou 1823. Alguns suspeitam de 1831. As primeiras datas, embora controvérsias existam, são as mais prováveis devido à comemoração da Independência. A composição    foi    feita   sobre   os    versos    de
 Um desembargador piauiense chamado Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva. Letra considerada ruim, foi feita por ocasião da abdicação de D. Pedro I, em 7 de abril de 1831, para festejar a partida da família para Portugal.
A letra era uma critica aos portugueses e o hino ficou conhecido como o Hino Sete de Abril. (Aí surge o nó na cabeça dos historiadores, pois alguns supõem que tenha sido a música composta sem a letra por volta de 1822 e adaptada à primeira letra em 1831.
A segunda letra anônima, pior que a primeira, foi uma adaptação para bajular o novo imperador e comemorar a sua coroação , em 1841.
      À ocasião da Proclamação da República, muitos queriam apagar as lembranças do velho regime e abriram um concurso para o novo Hino Nacional no dia 20 de Janeiro, para descartar o hino feito por Francisco Manuel da Silva.
      Em 4 de Janeiro de 1890, Oscar Guanabarino escreve um artigo em defesa do hino de Francisco Manuel e pede a Deodoro da Fonseca, o que gerou a simpatia de muita gente do governo provisório, para manter o hino como o Nacional Brasileiro, como sempre foi, segundo a opinião do povo.
      Em 20 de Janeiro de 1890, data do concurso que iria escolher o novo hino, já haviam decidido não anular o concurso, mas realiza-lo de forma que a escolha fosse para o Hino da Programação da República. O vencedor foi o hino de Leopoldo Miguez com a letra de Medeiros de Albuquerque. No mesmo dia, Deodoro da Fonseca assina a oficialização dos dois hinos: O Hino Nacional Brasileiro e o Hino da Proclamação da República.
     Em 1906, houve uma proposta na tribuna da Câmara dos Deputados da realização do poema definitivo para o Hino Nacional.
      Em 1908, Dr. Augusto Tavares de Lira, o Ministro da Justiça, nomeou uma comissão para rever o Hino. Assim, a comissão abriu um concurso de poemas e deu o prêmio  à letra   de
Osório Duque Estrada.
    Em 1916, o poema introduziu modificações no poema que dizia: “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas. Da independência o brado retumbante...”
      Em 21 de agosto de 1922, o Decreto nº 4.559 autoriza o Poder Executivo a adquirir a propriedade dos versos.
     Em 6 de setembro de 1922, a um dia da comemoração do centenário da Independência, era a letra oficializada pelo Decreto15.671.
    Em 23 de junho de 1936, foi apresentado um projeto de lei que tornava obrigatório o canto do Hino Nacional em todas as escolas primárias e nos estabelecimentos de ensino normal.
   No dia 1º de outubro de 1936, vem a promulgação do Decreto259, confirmando a obrigatoriedade do ensino do hino, e consagra a orquestração de Leopoldo Miguez, a instrumentação para bandas de Antonio Pinto Junior, no tom de Bb (Si bemol Maior), e a partitura de Alberto Nepomuceno no tom de F (Fá Maior).     

      Bem, espero ter compartilhado de forma agradável e simples essas novas informações tão antigas e tão distantes do conhecimento comum. Quero ressaltar que todos esses compositores mencionados foram e são importantes como um Mozart, um Beethoven, e tão esquecidos por nossas orquestras. Nosso principal e maior compositor, Carlos Gomes, é muito pouco ouvido nas rádios, TVs, nas redes sociais e em concertos.
     No próximo mês daremos continuidade a este trabalho enfatizando as leis e as formalidades que regulamentam a execução do Hino.
      Até lá...

Marcos Bichara é professor no Conservatório de Música "Maestro Marciliano Braga" em Varginha. atualmente ministrando as disciplinas de Percepção, Musicalização, Teclado, Informática/Tecnologia na Música. Ministra aulas particulares de Teclado e Saxofone. Trabalha em vários eventos socio-culturais em Varginha e região. Proprietário do web site www.artdamusica.blogspot.com.br .